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sábado, 2 de maio de 2009

"No tempo em que trabalhava na companhia de águas e esgotos ele pensou em abandonar tudo para viver de escrever. Mas João, um amigo que havia publicado um livro de poesia e outro de contos e estava escrevendo um romance de seiscentas páginas, lhe disse que o verdadeiro escritor não devia viver do que escrevia, era obsceno, não se podia servir à arte e a Mammon ao mesmo tempo, portanto era melhor que Epifânio ganhasse o pão de cada dia na companhia de águas e esgotos, e escrevesse à noite. (...) João dizia que havia um ônus a pagar pelo ideal artístico, pobreza, embriaguez, loucura, escárnio dos tolos, agressão dos invejosos, incompreensão dos amigos, solidão, fracasso. E provou que tinha razão morrendo de uma doença causada pelo cansaço e pela tristeza, antes de acabar seu romance de seiscentas páginas. Que a viúva jogou no lixo, junto com outros papéis velhos."

Rubem Fonseca. Romance negro e outras histórias. "A arte de andar nas ruas do Rio de Janeiro".

Chocante, não acham???


2 comentários:

Fernanda disse...

Olá!!! agora eu acho que consegui me encontrar,criei o blog sem querer ter compormisso nenhum com a pontualidade,acho que me libertei^^
e pode linkar sim,já te linkei no meu cantinho^^e seja muito bem vinda lá^^

Mila disse...

oi...tem coisa melhor q cheiro de livro?
sendo novo ou velho...piro!
Tô arrasada esperando o da stephenie meyer...dos vampirinhos...chegar ...(amanhecer)...qd eu crescer quero ser escritora...mil bjs

 
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