Vontade de cantar!

sexta-feira, 30 de março de 2012

Ai, que vontade de cantar Ella Fitzgerald!!!

A beleza do ser humano

sexta-feira, 23 de março de 2012

Arte: Marie Luise Emmermann

Se eu lhes perguntasse qual é o critério para se avaliar a beleza de uma pessoa, o que vocês me responderiam? 
É de se esperar que pelo menos 70% das respostas se refiram à beleza estética, e que os demais 30% se lembrem de citar características psicológicas ou de caráter comuns a uma pessoa boa. Mas a minha intenção, aqui, não é despertar a consciência moral dos leitores para a apreciação da beleza interior, mas sim discutir um tema levantado por Dostoiévski em sua obra "O Idiota": "a ideia de representar um homem positivamente belo (...)".

"O Idiota" é a história de um homem desprovido de egoísmo, capaz de se sacrificar pelos outros, ou pelo coletivo, sendo visto pelos que o cercam como um idiota, alguém mentalmente incapaz, ingênuo e fácil de ser enganado pela massa "esperta e inteligente".

E se eu lhes perguntasse quantas vezes não achamos uma pessoa boa um idiota por ter devolvido uma grande soma em dinheiro encontrada na rua, por exemplo, ou por não ter mentido em alguma situação em que, por desespero, um ser humano fatalmente mentiria? Temos este pensamento porque esta é a filosofia moderna que nos rege, e que Dostoiévski já identificara no homem russo do final do século XIX. O que Dostoiévski já ansiava, em seu tempo, era a "superação do egoísmo burguês, pois sem essa superação, pode-se inviabilizar a vida do homem na face da terra" (Prefácio de Paulo Bezerra para a 3ª edição, 2010, pág. 11). O homem "esperto", na realidade, é o homem sem escrúpulos, individualista e egoísta ao extremo, que se importa somente com seu bem estar e os seus negócios.

Imaginem, agora, um mundo sem "Idiotas", dominado pelos "espertos e inteligentes": não existiriam ações de assistência social, não existiriam ONGs protetoras de animais e da natureza, e a vida como conhecemos hoje (mesmo que não seja a melhor), talvez já nem existisse mais.

 

Das Mädchen von Kiev

segunda-feira, 19 de março de 2012

Às vezes conhecemos pessoas em nossas vidas que nós mesmos achamos que apenas passarão... Daí a surpresa, então, quando percebemos que essas pessoas ficaram, e ganharam um lugar especial em nossos corações.

Hoje eu torço pela felicidade e pelo sucesso da menina de Kiev... E ela torce para que eu encontre um ehrlicher Mann [um homem honesto]... Tão longe, e tão perto. São as ironias da vida!


Chá da tarde

sexta-feira, 16 de março de 2012

Hoje é um dia cinzento e monótono, daqueles em que o mau-humor bate à porta, se instala no canto preferido da sala, e lá permanece, como sua companhia durante o dia. 
Ela prepara um chá enquanto reflete sobre a bondade humana, coisa que lera num livro, algum dia em sua vida. Pela manhã, ouvira que roubaram um cavalo dócil de um hospital infantil, "mas pra quê roubam cavalos, hoje em dia?" 
Não houve resposta. 
Talvez nem exista.
Talvez seja melhor tomar o chá, antes que esfrie, porque a bondade humana é assunto para tratados filosóficos e discursos religiosos, e não para chás em dias cinzentos. 

Sobre mentiras

segunda-feira, 5 de março de 2012

"(...) nós, russos, (...) consideramos constantemente a verdade uma coisa demasiadamente enfadonha e prosaica, insuficientemente poética, demasiadamente habitual (...) A segunda coisa a que alude a nossa universal mentira russa é ao fato de que nos envergonhamos de nós mesmos". 


(in "Diário de um escritor", de Dostoiévski, citado em "O idiota").

Tá ai, Dostoiévski, talvez isso me ajude a entender um pouco sobre a mentira que nos cerca...

Arte: Sonja van Dülmen

Modernidade???

quinta-feira, 1 de março de 2012


Este texto não será uma exaltação da modernidade.
Este texto tampouco pretende ser um manifesto contra os tempos modernos.
Mas este texto é, sim, um desabafo.

Este texto é um desabafo contra uma modernidade que te deixa quase meia hora falando com uma gravação telefônica, e não resolve o seu problema;

este texto é um desabafo contra uma modernidade que te atende pelo telefone com pessoas tão perturbadas, que não querem resolver o seu problema;

este texto é um desabafo contra uma modernidade que invade a sua privacidade, invade a sua casa, e te envia um cartão de crédito que você NÃO pediu;

este texto é um desabafo contra uma modernidade que te obriga a abrir contas em bancos, se você quiser receber o seu salário no fim do mês;

este texto é um desabafo contra uma modernidade dominada por estes mesmos bancos, que, sabendo o quanto somos dependentes deles, fazem o que querem e nos cobram o que bem entendem;

este texto é um desabafo contra uma modernidade que não se compromete com nada; que não tem cara, que não tem balcão para receber reclamações, que não respeita os seus direitos, que te estressa, que te humilha;

este texto é um desabafo contra uma modernidade que oprime, que te transforma em massa, multidão, que te descaracteriza e te transforma no número 34567567896543 da lista.  

Desculpem, mas se essa é a modernidade com a qual o ser humano sempre sonhou, eu prefiro voltar pra Idade Média...



 
FREE BLOGGER TEMPLATE BY DESIGNER BLOGS