Atrás das cortinas...

quinta-feira, 28 de junho de 2012

Às vezes não basta ficar esperando, é preciso puxar as cortinas e ver o que a vida te reserva... 

Acabei de abrir as minhas. O resultado? Depois eu conto! ;)


O Flâneur do século XXI

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Foto: Silke Schüle

Um dia desses, quando estava a caminho de um compromisso para o qual cheguei horas mais cedo, sentei-me num banco e abri o livro que trazia comigo. Mas eu não queria ler. Então, limitei-me a apenas sentar e observar as pessoas que passavam. Isto me trouxe à mente, de repente, o conceito do Flâneur, que aprendi nas aulas de literatura através das figuras inesquecíveis pintadas por Baudelaire e Poe, e estudadas pelo alemão Walter Benjamin. Estaria eu praticando a arte de "flanar"?

Mais tarde, ao chegar em casa, fui ler um pouco do que havia sobre essa figura especial e tão inspiradora nascida da Paris do século XIX, e encontrei um texto chamado "A segunda morte do Flâneur".

O primeiro Flâneur "morreu" depois da transformação total da antiga Paris do século XIX, com a construção das grandes praças, o crescimento do tráfego de automóveis, a construção das grandes lojas de departamento, o embrião da vida nas grandes cidades como hoje conhecemos.

A partir do final do século XX, o artigo sugere o aparecimento de um novo Flâneur: o Flâneur cibernético, ou da internet. Ele surge juntamente com o boom da internet nos anos 90, como um explorador de novos ares, que navega despropositadamente pela web em busca de inspiração e coisas interessantes. Mas, este segundo flâneur também não consegue sobreviver e, segundo o artigo, também sucumbe à modernidade.

"Transcendendo sua brincalhona identidade original, a rede não é mais para passear - virou lugar de cumprir tarefas. Ninguém mais navega. A popularidade dos aplicativos - que conduzem àquilo que queremos sem que seja necessário abrir o browser, faz do flanar on line algo cada vez menos provável." [Trecho do artigo].

O artigo ainda aponta os monstros da web, google e facebook, como os maiores inibidores do ato de flanar, pois estes dois sites têm como objetivo uma "socialização" geral e até exagerada do conteúdo que circula pela web, não permitindo mais que se possa fazer coisas individualmente.

Apesar de ser um texto extremamente interessante e que nos coloca em posição de reflexão sobre este possível (porém, já falecido) flâneur cibernético, ainda acredito que haja flâneurs (físicos) espalhados pelas grandes metrópoles, no meio dos carros, dos edifícios cinzentos, ou mesmo do calçadão de uma bela praia do Rio de Janeiro, ou tranquila da Bahia, por exemplo. O Flâneur moderno talvez não tenha consciência do ato de flanar, mas provavelmente ainda o faz porque o espírito observador, curioso e perspicaz do Flâneur já se encontra dentro dele.


 

Dos dias e das horas

domingo, 17 de junho de 2012

Ela caminha pela extensa Avenida Paulista, o coração da selva de pedra e seu cartão postal, local de gente descolada, dos engravatados apressados e dos turistas impressionados. Mas ela não se impressiona. A paisagem lhe é comum, as pessoas é que nunca são. Porque, se você reparar bem, elas nunca serão as mesmas, ainda que passem pelo mesmo lugar, à mesma hora todos os dias. Porque, se você perceber, os dias e as horas nunca serão iguais, por mais monótonos que pareçam: um encontrão seguido de um pedido de desculpas no metrô, um mulher de vestido vermelho que irrompe no restaurante na hora do almoço, a hora extra inesperada para estragar o seu descanso. Porque, se você reparar bem, tudo é sempre diferente, assim como a água que corre no rio nunca será a mesma num determinado ponto do percurso.

O que realmente importa

domingo, 10 de junho de 2012

Era como se a sua memória escolhesse, dentre as mil imagens, dos mil acontecimentos, das mil pessoas que atravessaram seu caminho durante o dia, apenas os pequenos detalhes totalmente despercebidos pelo restante da humanidade. A cicatriz discreta no canto esquerdo do olho direito que esconde uma travessura de criança. O emaranhado do cabelo mal penteado pela manhã. O desenho perfeito do lábio superior quando visto de perto. A única gota de verde mergulhada na imensidão do castanho dos olhos. Futilidades na visão do objetivo cidadão moderno que corre, atarefado. Um tesouro, na visão de quem escolhe a poesia das pequenas grandes descobertas do dia-a-dia.


Foto: Lichtgestalt.

Sobre felicidade

quinta-feira, 7 de junho de 2012

"Se Karenin fosse um ser humano e não um animal, certamente já teria dito a Tereza, há muito tempo: 'Escuta, não acho graça de todos os dias ter que levar um croissant na boca. Não poderia descobrir  uma brincadeira diferente?' Essa frase contém toda a condenação do homem. O tempo humano não gira em círculos, mas avança em linha reta. Por isso o homem não pode ser feliz, pois a felicidade é o desejo da repetição." - grifo meu.

(A insustentável leveza do ser - Milan Kundera)

Eu acredito neste trecho, e talvez volte a escrever sobre ele, em outra ocasião! :)


Mais uma de inverno

quarta-feira, 6 de junho de 2012

Porque sempre que ele chega, trazendo consigo o frio, a garoa, o vento estilhaçante no meu rosto, traz também seus versos, meus versos, e leva embora todas as cores que carrego em minha paleta de colorir os meus dias...

O que resta? Restam tons de cinza[s]...

Das previsões furadas

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Horóscopo do mês de junho para o signo de Libra (o meu!):

Projetos em pleno andamento.
Viagens em alta.
Sucesso nos negócios.
Saúde normal.
Amizades bombando.

Amor: um amor do passado pode ressurgir... (Oi????)

Caralho, horóscopo, não fode, vai...


 
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