De Drummond a Baudelaire

segunda-feira, 24 de março de 2014



O olhar e o toque dos amantes em preto e branco. O abraço. Os olhares.

Como diz Drummond no poema “Amar”: “que pode uma criatura senão entre criaturas, amar?”. O poema se funde às imagens registradas pela Diretora e Roteirista Raquel Gomes que, através de seu olhar sensível e aguçado para o belo e, ao mesmo tempo, para o inóspito, transforma o poema em vida: o contato com a pele. Este é o caminho do amar, do clímax, do êxtase. A imagem da bomba de hidrogênio, símbolo de destruição também significa potência e gozo. A ressignificação do ícone do que há de mais destrutivo já construído pelo homem, aqui, diretamente relacionado à explosão do ato de amar. Mas, no final, amar não é morrer um pouco a cada gozo? Pode-se morrer de amor? De amar?

Mais adiante, surge Baudelaire, “Parece que todo ouro do pobre mundo veio parar nestas paredes”. E o diálogo continua. A pele como elemento central e conector, o elo entre Drummond e Baudelaire captado pelo olhar de Raquel. Talvez todo o ouro do mundo esteja sim, nestas paredes macias, embaladas pela trilha sonora calma dos amantes. Talvez todo o ouro do mundo esteja no outro. E talvez, depois que percebermos isto, não precisemos de nenhum outro ouro.

O blog da cineasta Raquel é este: http://raquelcinema.blogspot.com.br/


Um comentário:

Lila Boni disse...

Aique delicia te reencontrar Priscila !!!! Adorei tudo por aqui ! Parabéns !!!! Vc tem Face? Me add lá ! Mil beijos !!!!!!!

 
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