O que eu desejo para mim em 2010?
SABEDORIA PARA AS PRÓXIMAS ESCOLHAS!
O que eu desejo a vocês?
PAZ, SAÚDE, AMOR, SUCESSO...
Por que mil almas inquietas? Porque eu tenho mil almas que querem falar e ser ao mesmo tempo. Elas precisam se expressar de alguma forma, eis que surge este blog!
"E se um dia ou uma noite um demônio se esgueirasse em tua mais solitária solidão e te dissesse: "Esta vida, assim como tu vives agora e como a viveste, terás de vivê-la ainda uma vez e ainda inúmeras vezes: e não haverá nela nada de novo, cada dor e cada prazer e cada pensamento e suspiro e tudo o que há de indivisivelmente pequeno e de grande em tua vida há de te retornar, e tudo na mesma ordem e sequência - e do mesmo modo esta aranha e este luar entre as árvores, e do mesmo modo este instante e eu próprio. A eterna ampulheta da existência será sempre virada outra vez - e tu com ela, poeirinha da poeira!". Não te lançarias ao chão e rangerias os dentes e amaldiçoarias o demônio que te falasses assim? Ou viveste alguma vez um instante descomunal, em que lhe responderías: "Tu és um deus e nunca ouvi nada mais divino!" Se esse pensamento adquirisse poder sobre ti, assim como tu és, ele te transformaria e talvez te triturasse: a pergunta diante de tudo e de cada coisa: "Quero isto ainda uma vez e inúmeras vezes?" pesaria como o mais pesado dos pesos sobre o teu agir! Ou, então, como terias de ficar de bem contigo e mesmo com a vida, para não desejar nada mais do que essa última, eterna confirmação e chancela?"
(Trecho de "A Gaia Ciência" - Friedrich Nietzsche)
Estaria o ser humano fadado ao eterno ciclo de repetições das ações diárias e suas conseqüências sobre o destino da humanidade? Todo sofrimento, toda alegria, toda dor que assolam a existência desde o princípio dos tempos até hoje, fariam parte do Eterno Retorno descrito por Nietzsche?
O filósofo alemão Friedrich Nietzsche, polêmico por suas obras de títulos fortes como “O Anticristo”, ou “Além do Bem e do Mal” e por afirmações como “Deus está morto”, não foi o primeiro a refletir sobre a possível circularidade na existência humana. Platão, expressão máxima da filosofia grega, também já havia teorizado sobre o eterno retorno do mesmo, como um tipo de trajeto que o mundo físico percorre, e que, chegando a um determinado fim, passa a repetir-se eternamente. Na religião, o ser humano está fadado ao sansara, conceito budista o qual diz que estamos presos na roda das encarnações, e, desta forma, nossas almas reencarnarão e passarão novamente por todas as fases da nova vida, sofrendo mais uma vez todas as ações e consequências já antes vividas por gerações anteriores.
Nietzsche, no trecho citado acima, faz-nos questionar sobre o nosso modo de agir: “Quero isto ainda uma vez e inúmeras vezes?”, e pensar sobre as consequências na futura repetição. Será que, se agirmos corretamente e escolhermos determinados caminhos ao invés de outros, conseguiremos alguma variação de ações dentro do ciclo de repetições?
Sem dúvida, estas reflexões não se enquadrariam no pensamento e filosofia nietzschianos, considerando-se que o filósofo alemão possui como grande característica de sua obra o ceticismo e a falta de crença religiosa, porém, expandindo-se um pouco os horizontes, passando pela religião e pelos grandes pensadores gregos, por que não pensar que todas estas teorias se completam e fazem parte da eterna tentativa de solucionar o maior mistério de todos os tempos: a vida?
Assinei ontem a minha colação de grau, o que significa que sou, oficialmente, uma beletrista (Bacharel em Letras!).
"Leia esta folha e assine", diz a moça da secretaria.
"Pronto, é só isso?" - pergunto.
"Sim. Parabéns!" - responde a moça.
"É só isso?" - repito, saindo da fila e dando lugar ao próximo.
Tantos anos estudando e tudo o que eu mais esperava era esta "solenidade".
"É só isso?" - meu nome está no fim de uma lista de aproximadamente 50 pessoas, lá em cima, no topo da folha, o juramento.
"É só isso?"
"Sim. Parabéns!"
Então porque ficou essa sensação de vazio?????
Depois, uma leve brisa limpa o ar, e do rastro forte, sobra apenas uma fragância suave, quase imperceptível.
Daí surge uma ventania confusa, transtornada, provavelmente vinda do Atlântico Norte, quente como o verão, e o cheiro que fica no ar é o cheiro que você quer guardar na caixinha, juntamente com as outras coisas boas. Mas você se esquece de que não se pode guardar o vento, e ele se dissipa novamente.
A única saída, então, é olhar para o céu e esperar pela próxima corrente... que traga o cheiro de volta.
Às vezes eu me sinto como a pequena Alice, sempre correndo atrás do Coelho Branco.
Apressada como ele, vou deixando para trás coisas incompletas, ações não começadas, rastros meio apagados.
"Oh, puxa, oh puxa! Eu devo estar muito atrasado", diz o Coelho Branco.
"Atrasado para quê, Sr. Coelho?"
"Atrasado para a vida, pequena Alice, para a vida".