Foto: Nuno Milheiro
O que é mais importante para você: a letra da música ou sua melodia?
Estas são apenas algumas palavras sobre um trabalho que li na internet, de Karinna Alves, intitulado "Harmonia em O nascimento da tragédia, de Nietzsche".
Digo que são apenas algumas palavras porque ainda não li esta obra do filósofo, mas o trabalho da moça discute um assunto muito interessante, que é a relação entre a musicalidade e a poesia.
Por que alguns poemas fixam seus versos em nossa memória mais facilmente que outros? Por que algumas músicas possuem letras horríveis nos fazem cantarolar? Por que letras boas que recebem melodias estranhas não conseguem nos impressionar?
Segundo o trabalho de Karinna, em Nietzsche, a música antecede a palavra, e possui um grande poder de influência sobre esta.
O poeta, então, ao trabalhar com ritmo, rima, estrofes harmonicamente perfeitas, cativa o leitor através da sensibilidade da música, e os versos, quando apreendidos por este sentido do leitor, fixam-se na memória como nossas músicas preferidas.
Nunca estudei música, e acho que a palavra tem sua importância (fundamental, aliás) na mensagem que esta passa através de suas melodias harmoniosas, mas acredito, sim, que este "sentido musical" nato nos leitores de poesia ou apreciadores de literatura, seja essencial em nosso julgamento do que é bom ou ruim quando nos referimos a estas formas de arte.
Aqui está um trecho muito interessante do trabalho:
"(...) a melodia é primeira a qualquer coisa, universal, podendo suportar múltiplas objetivações. Com isso, assinalamos o fato da palavra ser subordinada à melodia e, desse modo, esta é a mais importante e necessária na apreciação ingênua do povo. É ela que esta intimamente conectada à memória, ou seja, pela melodia é que se torna uma poesia fácil de ser decorada, principalmente pela sua forma estrófica e por seus estribilhos. (...) Nietzsche fala desses flashes de imagens, gerados pela música, como um processo de 'descarga' da música, onde, na canção estrófica popular, a linguagem verbal é levada a um estado de exaltação a partir do movimento de mimetização da melodia. E, assim, o compositor é nomeado o poeta do som: criador de imagens ou representações similiformes a partir da melodia primogênia da música."
A partir de hoje, as Mil Almas estarão de férias.
Voltamos em setembro, espero que com mil novas e boas histórias!
Auf Wiedersehen!
Estas são apenas algumas palavras sobre um trabalho que li na internet, de Karinna Alves, intitulado "Harmonia em O nascimento da tragédia, de Nietzsche".
Digo que são apenas algumas palavras porque ainda não li esta obra do filósofo, mas o trabalho da moça discute um assunto muito interessante, que é a relação entre a musicalidade e a poesia.
Por que alguns poemas fixam seus versos em nossa memória mais facilmente que outros? Por que algumas músicas possuem letras horríveis nos fazem cantarolar? Por que letras boas que recebem melodias estranhas não conseguem nos impressionar?
Segundo o trabalho de Karinna, em Nietzsche, a música antecede a palavra, e possui um grande poder de influência sobre esta.
O poeta, então, ao trabalhar com ritmo, rima, estrofes harmonicamente perfeitas, cativa o leitor através da sensibilidade da música, e os versos, quando apreendidos por este sentido do leitor, fixam-se na memória como nossas músicas preferidas.
Nunca estudei música, e acho que a palavra tem sua importância (fundamental, aliás) na mensagem que esta passa através de suas melodias harmoniosas, mas acredito, sim, que este "sentido musical" nato nos leitores de poesia ou apreciadores de literatura, seja essencial em nosso julgamento do que é bom ou ruim quando nos referimos a estas formas de arte.
Aqui está um trecho muito interessante do trabalho:
"(...) a melodia é primeira a qualquer coisa, universal, podendo suportar múltiplas objetivações. Com isso, assinalamos o fato da palavra ser subordinada à melodia e, desse modo, esta é a mais importante e necessária na apreciação ingênua do povo. É ela que esta intimamente conectada à memória, ou seja, pela melodia é que se torna uma poesia fácil de ser decorada, principalmente pela sua forma estrófica e por seus estribilhos. (...) Nietzsche fala desses flashes de imagens, gerados pela música, como um processo de 'descarga' da música, onde, na canção estrófica popular, a linguagem verbal é levada a um estado de exaltação a partir do movimento de mimetização da melodia. E, assim, o compositor é nomeado o poeta do som: criador de imagens ou representações similiformes a partir da melodia primogênia da música."
A partir de hoje, as Mil Almas estarão de férias.
Voltamos em setembro, espero que com mil novas e boas histórias!
Auf Wiedersehen!