O maior problema de se conceder a liberdade ao seu pássaro preferido é a infinita dúvida sobre se algum dia ele voltará para você...

Refletindo...

O final da estrada pode ser bem ali...

Portanto, apreciemos a bela paisagem!!!

Paisagem V - Desejo

Os dois conversam parados no ponto de ônibus. Chegaram alegres e chamam a minha atenção. Eu sempre olho para as pessoas. Olho para o rapaz, que olha para a moça. Ele a observa fixamente, enquanto ela, concluindo o raciocínio, nem percebe o olhar do rapaz. Eu percebo, e esboço um sorriso. Ele chega mais perto, para falar mais baixo, mais suave. Ele ri baixo, o olhar sempre fixo. E a necessidade do toque. Sempre há. Ele se aproxima, fala mais de perto. E a moça? Nem percebe... ou percebe? Ela termina o raciocínio, sorridente... ela percebe, ele sempre mais perto... esse é o jogo: ela fala, ele se aproxima, e a necessidade do toque.

Marinheiros-de-estrada

Nós já ouvimos ou lemos, várias vezes e em diversos lugares, que a vida é uma longa estrada. Mas, creio que, talvez, nunca tenhamos ouvido falar que somos "marinheiros-de-estrada". E é isto o que nos diz Miguel Gullander no livro "A balada do marinheiro-de-estrada" que, infelizmente, não possui edição no Brasil, apenas em Portugal pela Editora Cavalo de Ferro.

Neste livro, Gullander cria uma espécie de "manual do viajante" para nós, os marinheiros desta estrada. Nós, os marinheiros, que precisamos descobrir a nós mesmos, pois ainda não nos conhecemos fora de nossos padrões, fora do que planejamos (ou planejaram para nós). Nós, os marinheiros, que procuramos o verdadeiro sentido da viagem. Há um sentido? Há um final? Sim, a estrada possui um final. E depois? Nós, os marinheiros, que não sabemos qual caminho seguir, que estamos sempre perdidos. Um marinheiro nunca hesita sobre o caminho que deve seguir. Nós, os marinheiros, que nunca estamos disponíveis, sempre com mente e espírito ocupados. E assim, ocupados, não vemos a beleza das coisas, a beleza da estrada, não percebemos os acontecimentos...

São estas algumas das dicas que o Holandês Voador nos proporciona no pequeno manual. Ele é curtinho e preciso, afinal, não precisamos de tantas instruções para a grande viagem, precisamos apenas prestar mais atenção à estrada.

+ bandas estranhas!

http://www.youtube.com/watch?v=A7fuuDc2hH0

Arkona - banda russa de folk metal formada em 2002, cantam em russo! lindo!

http://www.youtube.com/watch?v=dCFfuq_1iJA

Lumsk - também tocam folk metal, fundada em 1999, são noruegueses e cantam no seu idioma! Muito lindo!!!

Minha doce/amarga vida de uspiana

Minha vida na USP daria um livro. Um romance.

Começaria assim: no cursinho, a professora, diante da sala apavorada pela FUVEST, diz: "Vocês acham que é difícil entrar na USP? difícil é sair dela!"

E claro, ninguém dá ouvidos.

Dai você entra na USP: festa.

Mas você não sabe fazer prova.

Não sabe escrever um trabalho.

Você acha, até, que nem sabe escrever.

Como assim? você faz Letras!

Sim, mas não sei escrever.

Uma metidinha maldita discute Marcel Proust com o maravilhoso professor de literatura.

E você nem sabe pronunciar o nome do cara, e a menina ainda falando...

Dai você descobre que ela já fez dois anos de Publicidade (morra!).

E você nem sabe escrever.

Começa o alemão: você não entende nada, é claro. Pânico.

Depois você aprende, sob pressão, mas fica feliz.

Seis anos depois, você recebe o diploma de Bacharel.

Parabéns, diz a moça da secretaria.

Agora falta a licenciatura. Mais um ano.

Duas desistências, dois abandonos.

Última tentativa.

Mas ainda tem o Júpiter... ah, sempre o Júpiter.

Você faz a matrícula com o professor de olhos azuis, e, quando chega na sala de aula, descobre que não é ele: Rá, pega pelo Júpiter again...

Como assim? Só estou lá pelo professor de olhos azuis, e não é pelos olhos, é porque ele é inteligente, sabe dar aulas, não enche o saco. Que trabalhinho em grupo que nada. Que inferno! 

Eu o abandonei o ano passado, agora ele me abandona...

Poxa, e agora?

Agora, a última chance, o último semestre. Vai menina, termina, só um... sim, só falta um... termina menina, só mais um semestre... só um...

Post mal humorado sobre o que seria, mas não será mais

Eu tinha um texto prontinho sobre sonhos despedaçados que podem ser reconstruídos (bonitinho, meiguinho)... daí vem um FDP e pisoteia os meus... 

Pois é, ele ganhou um post!!!

Contrafluxo

Eu caminho no contrafluxo enquanto a multidão se amontoa nas escadas rolantes.

Eu desvio da multidão, no contrafluxo, quando escolho o caminho oposto, quase sempre deserto.

Eu me deixo levar pela multidão quando, inserida no fluxo, sigo aquele caminho de sempre. 

Eu observo, da janela, a multidão que se esvai pelos corredores... agora estou no contrafluxo.

Sobre a longa estrada

A última coisa que a menina havia me dito, naquele dia, antes da despedida, é que ela nunca mais se apaixonaria. Mas que bobagem, menina... é que a estrada é tão longa, e por ela passa tanta gente, que é de se perder a conta!!!