Quando você está sozinho consigo na escuridão do quarto, minutos antes de dormir, qual é a sua prece? Qual é o seu medo? Qual é a escuridão mais profunda e difícil de se ver penetrar a luz?
Os humanos são seres que jogam com luzes e sombras. Mostram-se na luz, radiantes, quando a aparência é o senhor absoluto de tudo. Somos o que os outros veem. Dizemos o que os outros querem ouvir, e pensamos o que nos convêm. E na sombra? Na sombra, esquivamo-nos para não mostrar o nosso lado mais íntimo, os sentimentos, talvez as lágrimas. É na sombra que se chora, baixinho, para que não ouçam na luz.
Mas sozinhos, à noite, é que subimos à tona, à superfície. Este é você, diz o escuro do teu quarto. O monstro escondido embaixo da tua cama surge e chama pelo teu nome. Sim, é você.
"Invento poesias, rotinas, regras, códigos secretos... para encobrir todos os esconderijos que criei para 'proteger' os monstros que me assustam e desamparam."
Mas há luz, sempre há. Mesmo na noite mais escura pode haver luz, é só procurar. É só recolher os pedaços, juntar as palavras, moldar o silêncio. É só procurar pela luz. É assim que se muda o jogo e se controla o ambiente do teu espírito: luz e sombra, variação constante, mas a seu favor.
Texto baseado em "A noite escura da alma", de Míriam Morata Novaes, in Revista Sophia, ano 3, nº 11.
2 comentários:
Oiiii lindaaaaaaa...não conhecia este teu blog. Perfeito! Parabéns!
Tambem tenho muita saudade de ti!
Mil beijos !!!!!!
Que bonito Priscila.
Obrigada pela citação.
Beijo,
Miriam Morata Novaes
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