Como é linda a bonequinha de louça exposta na vitrine da loja, namorada todos os dias por milhares de meninas sonhadoras que gostariam de tê-la em suas mãos.
De dia, quando a luz do sol ilumina levemente o vidro da vitrine, seus olhos castanhos adquirem um brilho sedutor, como se o sol trouxesse consigo toda a sensualidade, e a bonequinha de louça a utilizasse para seduzir as meninas passantes.
À tardezinha, já esgotada pelo esforço que fizera para ser a mais bela e admirada dentre os demais brinquedos, a bonequinha vai murchando, e seu brilho sumindo. O que resta, então, é o bege opaco de sua pele, pintada com tinta especial.
A bonequinha tem manchas, mas que ninguém as veja. São manchas das diversas mãos que a tocaram, examinaram, mas, no final, colocaram-na de volta no mesmo lugar, no alto daquela prateleira já tão conhecida.
À noite ela sonha. A noite foi feita para que se organizem os desejos e se teçam os sonhos, bordando o amanhã. A bonequinha sabe disso. Quando chega a manhã, lá está ela, novamente, na mesma prateleira, o mesmo brilho no olhar, a mesma altivez sobre todos os demais brinquedos. Só os sonhos já não são os mesmos, sempre maiores, tecidos ao longo de todas essas noites.
3 comentários:
Me tocou...Me sinto vez em quando assim...Q delicadeza Pri...
Bom poder vir sempre aqui.
Bjs querida enormes!!!
muito lindo o que escreveu aqui...e quantas pessoas são iguais a estas "pobres" bonequinhas...
beijos e saudades daqui sempre!
Bia
bonequinhas que as vezes ganham vidas e atendem pelo none : donas de casa
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