Estive folheando hoje um livro que li há mais de um ano, e encontrei esse trecho grifado:
"Nesta estrada são raros os momentos de beleza. Não podemos criá-los. Eles vêm por si. A única coisa a aprender é estar disponível. O marinheiro-de-estrada não tinha espaço, nem no meio do oceano. Ele não estava disponível, a sua mente era uma máquina de guerra, nunca silenciosa. Ele não estava disponível - ali, quieto - pronto para ser predado pelo terrível tigre da vida. Pronto para ser tocado pelo tremendo toque da subtil beleza. Para isso, para que o tímido pássaro nos pouse no ombro, um marinheiro tem de estar muito quieto, muito calado... o marinheiro-de-estrada não deve esperar nada - nem isso o deve ocupar. Não deve ter nada que o ocupe - e então, talvez aconteça. Somos tocados. Do meio da densa folhagem, ataca-nos a terrível fera, o tigre da vida."
(Miguel Gullander, A balada do marinheiro-de-estrada, pág. 53). E hoje vejo que faz todo o sentido!!!
Um comentário:
bela leitura
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