Há um vento suave vindo o norte.
O corpo ainda respira, ofegante,
as mãos ainda sentem o toque sobre a pele,
o sangue corre como o tempo
e contra o tempo correm as pessoas, em vão.
Há um vento suave soprando do norte.
Despenteou o cabelo da menina,
dispersou a lágrima da mulher,
e encontrou o rapaz debruçado sobre o balcão.
Há um vento suave vindo das colinas
e o dente-de-leão, tão sensível às vibrações de seu caule,
despetalou-se no ar.
Tão suave como o toque, não respira mais.
Tão frágil como a vida que pulsa nas veias, com um sopro se esvai.
(Priscila M.)