Das folhas que caíram,
do branco que passou, dos dias que acabaram, das coisas que ficaram... da
música que não ouvi, das mãos que não toquei, das coisas que falei, das coisas
que não disse... da presença que chega e fica, da distância de some e se vai,
das dúvidas que surgem e incomodam, do olhar que tranquiliza e acalma... entre
as coisas que quero que fiquem estão os teus dedos dentre as minhas mãos, nada
mais.
Das coisas que vão, das coisas que ficam...
quinta-feira, 28 de agosto de 2014
quarta-feira, 13 de agosto de 2014
Vejo um adesivo de
candidato a deputado estadual colado nas costas de um senhor. Ou quiseram tirar
um sarro dele, ou usaram-no na campanha. Acredito que seja a primeira opção.
Não li o nome do candidato, só reparei nas vestes surradas do velhinho que
caminhava à minha frente. Um retrato da terceira idade no nosso país: uma vida
de trabalho pela sobrevivência (uma vez li em algum lugar que brasileiro não
vive, sobrevive), e a recompensa não vem nunca. Acho que ele não espera
recompensa. Só quer sobreviver. O caminho amontoado de bolivianos vendendo
lenços, e nós desviando deles. São obstáculos para se chegar à estação, eles
também sobrevivem. Os motoristas de ônibus sobrevivem em meios aos cães
abandonados e vendedores de cachorro quente. As baratas sobrevivem entre todos,
e sobrevivem a todos. A paisagem da estação muda entre pilares e concreto,
assim como as pessoas mudam: vejo rugas, mau humor e decepção. Um dia eu vi
amor, só um dia. Depois não vi mais.
quinta-feira, 7 de agosto de 2014
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