Dente-de-leão

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013


Há um vento suave vindo o norte.
O corpo ainda respira, ofegante,
as mãos ainda sentem o toque sobre a pele,
o sangue corre como o tempo
e contra o tempo correm as pessoas, em vão.
Há um vento suave soprando do norte.
Despenteou o cabelo da menina,
dispersou a lágrima da mulher,
e encontrou o rapaz debruçado sobre o balcão.
Há um vento suave vindo das colinas
e o dente-de-leão, tão sensível às vibrações de seu caule,
despetalou-se no ar.
Tão suave como o toque, não respira mais.
Tão frágil como a vida que pulsa nas veias, com um sopro se esvai.

(Priscila M.)



Um comentário:

Rovênia disse...

Que lindo Priscila! Quanta sensibilidade. Sabe, já disse alguma vezes, o quanto acho difícil escrever versos. Parabéns!

 
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