O que realmente importa

domingo, 10 de junho de 2012

Era como se a sua memória escolhesse, dentre as mil imagens, dos mil acontecimentos, das mil pessoas que atravessaram seu caminho durante o dia, apenas os pequenos detalhes totalmente despercebidos pelo restante da humanidade. A cicatriz discreta no canto esquerdo do olho direito que esconde uma travessura de criança. O emaranhado do cabelo mal penteado pela manhã. O desenho perfeito do lábio superior quando visto de perto. A única gota de verde mergulhada na imensidão do castanho dos olhos. Futilidades na visão do objetivo cidadão moderno que corre, atarefado. Um tesouro, na visão de quem escolhe a poesia das pequenas grandes descobertas do dia-a-dia.


Foto: Lichtgestalt.

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