Paisagem XXIX - Casas vazias

sábado, 31 de maio de 2014

O ponto do ônibus fica em frente à casa da senhora com dois cachorros, não tão velhos quanto ela, mas velhos companheiros, percebe-se pela proximidade. A casa é simples, quintal de terra suja. O rosto da senhora é sereno, assim como o dos dois companheiros. Horas depois, muito distante, o ônibus novamente parado em outro ponto da cidade. A casa é grande, bonita e limpa. Tem jardim e janelas bonitas. Gosto de janelas. Mas estão fechadas. Olho bem ao fundo para achar vida, e não encontro nem sinal. Nas casas seguintes, também grandes, tampouco há sinal de vida. Por que não há vida nos casarões, e há tanta vida nas casinhas sujas de quintais de terra?


Espelhos II

segunda-feira, 26 de maio de 2014

Ela se vê novamente parada, frente ao espelho, mas desta vez não vê amor. Seus traços, sua boca e seus olhos, uma fisionomia não de todo desagradável. Mas não vê amor. Conta os cílios como se fossem pétalas de margaridas, cada pêlo um amante, mas todos terminam em mal-me-quer. Não é pessimismo, nem depressão: são os fatos. Ela não vê amor porque não sabe o que é. E quando aparecer? Ela vai saber? Quando o amor aparecer ela não vai se perguntar se há amor. Amor simplesmente é.


Otto me representa!

terça-feira, 20 de maio de 2014

“O que eu vejo é uma politicagem, uma sabotagem em cima desse governo, algo que eu sinto desde o primeiro governo de Lula. Eu morava no alto Leblon quando Lula ganhou. Era só eu e mais dois apartamentos gritando e o resto calado”, disse Otto, que ainda declarou que é impossível andar pelo país e não notar a mudança. “Eu que ando pelo Brasil vejo que a gente nunca teve uma situação melhor. Mas tem pessoas que não aguentam ver o pobre garantir mais coisa”

 

Para Cuba, com amor!

sexta-feira, 9 de maio de 2014


Cuba libre pelo socialismo de Fidel

Enfrenta o monstro capitalista

Na doçura do cosmopolitan sobre a mesa.


(poema feito para o trabalho da faculdade!) 

Das regras de jogo quando não existe jogo

sábado, 3 de maio de 2014

Há poucos dias li uma reportagem bastante compartilhada sobre fatos constatados nos relacionamentos modernos, e com os quais deveríamos aprender a lidar em nossos dias. Entre os non sense, e os razoavelmente aceitáveis (ou inevitáveis) estava um que me chamou a atenção especialmente por ser uma coisa muito ruim: o de não poder mostrar que está apaixonado ou interessado. "Ganha quem demonstrar menor interesse", dizia o texto. Daí o meu espanto! Qual a graça de um relacionamento em que você não pode demonstrar o carinho e o afeto que sente pelo outro? Desde quando existe a competição pelo desinteresse? Se não há interesse, por que estar junto? Se há mais que interesse, por que não se entregar ao outro, o maior interessado?

E o apaixonado que, insanamente, entregar o jogo, os pontos, e mostrar ao outro todo o seu amor, o que acontecerá? Será maltratado pelo vencedor? O glorioso que olhará com superioridade o ser apaixonado que se entregou à humilhação da declaração desmedida? Por que a "modernidade" sugere um jogo em que ambos perdem?

A paixão sem alimento vai morrendo aos poucos. Humilhada, vai definhando, até sumir por completo. "Amor é com amor que se paga", diz o ditado que eu gosto. E nesse jogo de desinteresse eu não tenho o menor interesse!


 
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