Ceninha romântica?

domingo, 27 de maio de 2012

Antigamente, em meados dos anos 80 e início dos 90, quando os adolescentes começavam a se interessar por beijos, havia toda uma preparação: brincadeiras como salada mista, bilhetinhos entregues por amigos, enfim, havia tanta complicação que, nesse meio tempo, você já estava completamente apaixonado(a) (um amor platônico) pela pessoa que você ia beijar, antes mesmo que isso acontecesse. E isso era divertido!

Além disso, os meninos até se esforçavam para serem carinhosos, todos desajeitados, tentando não complicar ainda mais as coisas para a menina, que já estava se borrando de vergonha.

Hoje presenciei uma "ceninha romântica" moderna (ou deveria dizer bizarra???) em frente à porta da minha casa: havia dois casais de (pré-)adolescentes, dois molequinhos metidos a playboy, e duas pobre coitadinhas. Um casal se beijou, bem rapidinho e, quando chegou a vez do outro casal, a menina ficou envergonhada. Foi então que o outro menino que já havia beijado começou a gritar "beija logo, garota, nem pra isso você presta"!!!

Romantismo pra quê, né minha gente? Vamos ser práticos, que isso é coisa do passado... [tá phoda, heim!]


FLIP - Festa Literária Internacional de Paraty

quarta-feira, 23 de maio de 2012

A FLIP deste ano homenageia o poeta Carlos Drummond de Andrade, e, ao mesmo tempo, comemora os 10 anos do evento. A abertura será dia 04 de julho de 2012, às 19h, e estaremos lá prestigiando, pela primeira vez, o evento mais famoso voltado para a literatura que ocorre em nosso país.
Dentre os autores internacionais mais conhecidos estão Ian McEwan, autor do romance "Reparação", e Jonathan Franzen, autor de "Liberdade". Dos nacionais, destacam-se Luis Fernando Veríssimo, Fernando Gabeira e Fabrício Carpinejar.
Veja a programação completa AQUI!

Sobre lacunas

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Seguem-se dias incompletos que transformam meus textos em narrativas cheias de lacunas. Faltam personagens, faltam ações, falta-me coragem para olhar nos olhos e escrever um nome. Mas também faltam nomes e, em cada nome, a pessoa que falta.

Ou talvez não faltem nomes, no plural, mas sim "um" nome, singular, afinal, é através de um único nome que conseguimos alcançar a pluraridade verdadeira, aquela que não é momentânea, que não preenche somente os espaços do tempo e da cadeira vazia, mas os espaços da caixa torácica, a única de verdadeiramente importa.

Arte da foto: Lizzy Pe.

Paisagem XX - "Segue o seco"

sexta-feira, 11 de maio de 2012


Segue o solo seco e quebradiço marcado pelo sol que impera sem fim entre o Trópico de Capricórnio e a Linha do Equador.

Segue a trilha da criança com a lata d’água na cabeça, e a trilha das lágrimas da mãe até o resto de água salobra que sobrou da imensidão do açude, que ainda ontem ali existia. 

“Segue o seco sem sacar que o espinho é seco”*, como canta a voz suave da cantora na música que vem do radinho de pilha na cabeceira da menina que ora aos céus, perguntando pela chuva.

E de tanto seguir o seco da terra, o sertanejo já não mais admira a beleza do azul do céu limpo, totalmente sem nuvens, que se mostra vanglorioso sobre a sua infinitude.

Do outro lado, o turista segue o seco da areia branca em busca do mar que, de tão azul, se mistura ao céu. É tanto céu, e tanto azul, que ambos, das extremidades da terra seca, por um lado, e da areia branca, do outro, estacam, contemplando a paisagem de imensidão que se desenha sobre a linha do horizonte. E se você reparar bem nos rostos, ambos bronzeados pelo sol, vai notar uma nesga de sorriso no rosto do turista, agradecendo ao Deus Sol, e uma lágrima que brota no olho esquerdo do sertanejo, que ora por seu gado.


*Trecho de Segue o Seco, Marisa Monte.


 
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