Eu seguro firme suas
mãozinhas delicadas, de dedos pequenos e macios, e juntas sigo mostrando o
mundo e suas paisagens, seus desafios, suas belezas e seus mistérios. Para ela
é tudo novo: cada cor, cada movimento, cada forma. Luzes e formatos, texturas
que as mãozinhas tocam e sentem. E eu aprendo junto, caminho junto, toco as
coisas como se fosse minha primeira vez. E é! Quando me coloco junto a ela nas
descobertas, tudo acontece pela primeira vez, novamente!
Mostrando postagens com marcador crônicas. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador crônicas. Mostrar todas as postagens
De mãos dadas
quinta-feira, 24 de agosto de 2017
quarta-feira, 26 de julho de 2017
Dia desses, Ingrid Maria me olhou nos olhos de forma fixa, e sem desviar o olhar, com os olhos brilhando, meio verdes como só os que ela têm, e um sorriso foi se formando no canto da boquinha banguela, aos poucos, vindo de dentro, vindo do fundo de toda a inocência, de todo do amor, de todo o reconhecimento. Eu acho que foi neste momento que eu descobri o que é o amor de mãe.
Mundo, mundo, vasto
mundo! Estamos de volta...
sábado, 24 de dezembro de 2016
2016 está acabando e eu serei mãe em 2017! Uau!
Sobre este fato inusitado e transformador que me espera para o ano que se aproxima, tenho algumas considerações a fazer.
Afora todos os comentários de amigas mamães, parentes, mães do mundo em geral sobre a maternidade, há coisas mais marcantes a serem notadas, as quais vão muito além do "ah, é maravilhoso ser mãe", "ah, é a melhor coisa que pode acontecer a uma mulher", "ouwn, toda mulher deve ser mãe!", etc. O que eu digo é, não, nem toda mulher deve e nem toda mulher quer ser mãe. Eu queria, um dia, e decidi que este dia havia chegado!
Juntamente com o susto do teste positivo, mesmo sendo uma gravidez planejada, o primeiro pensamento que me veio foi "E agora, Priscila?", "Agora vá, mesmo com medo", respondi a mim mesma.
Acontece que, com a notícia da chegada de um bebê, muita alegria se instaurou ao nosso redor, e isso me surpreendeu. A espera pelo nascimento de uma criança renova energias, laços, formam-se novos vínculos e tudo se torna tão cheio de vida quanto o bebê que cresce em seu ventre.
O que percebo, nestes meses de gestação, é muito mais que uma vida sendo gerada dentro do meu corpo: é um milagre que se expande e contagia.
É assim que concluo que a Ingrid chegará muito bem-vinda, trazendo muita alegria, surpresas e admiração, juntamente com o choro, as noites sem dormir e os sorrisos inesperados. Será tempo de novas descobertas, e tudo isto faz parte do milagre que a vida me promete para 2017. E vai ser grande!
Boas Festas a todos!!! ;)
quarta-feira, 24 de agosto de 2016
Esses dias, na fila da farmácia, um homem esbravejava
na fila do caixa contra o governo, o sistema e os empresários. O tamanho da
fila despertara no homem a fúria que iniciara todo o discurso. “Não contratam
mais a gente em idade de serviço, contratam aposentados, para não pagaram os
direitos”, dizia atrás de mim. “Empresários são assim, por isso que o Brasil
não vai pra frente, é cada um por si... empresário domina tudo, só pensa em
si...”. Não olhei para trás para não concordar e nem discordar. Não que eu
discorde, mas acontece que, naquele dia, eu não estava para críticas. Não que
ele não devesse esbravejar, mas acontece que ninguém ouve. Eu ouvia, mas fingia
não ouvir. A moça do caixa também ouvia, mas fingia não ouvir. Ele estava atrás
de mim, e passou suas compras de remédios logo após a minha saída. A última
coisa que vi foi que ele mexia na cestinha de remédios em promoção, já em silêncio,
examinando algo para dor de cabeça, em meio à fila que não o ouvia e os gritos
silenciosos que calara desde então.
quinta-feira, 9 de junho de 2016
![]() |
Foto minha! |
Há alguns dias notei
que uma galinha anda circulando nos telhados, de frente para minha janela.
Quando ela some, geralmente desce até a casa do vizinho, ou dorme embaixo da
caixa d’água de outra vizinha. A galinha é preta, e tranquila, não incomoda nem
mesmo os gatos que tomam seus longos banhos de sol sobre o mesmo telhado. Hoje,
após muitos dias observando-a, flagrei-me a pensar sobre a galinha: será que
tem companheiras lá embaixo, que não são tão corajosas a ponto de subir e
explorar os telhados? Será que é a única, em meio a este caos que é a cidade
grande, onde ninguém mais cria galinhas? Seria uma galinha solitária? (tadinha!
Galinhas não precisam socializar com outras galinhas?) – desculpem a minha
ignorância, mas estas perguntas são verdadeiras, pois não entendo de galinhas. Acabei de
olhar pela janela. A galinha está tomando sol ao lado da caixa d’água. Tive
medo, por um minuto, de amanhã ou depois ela não estar mais lá, ao sol. Não
conheço os vizinhos seus donos, não sei se a comerão amanhã, ou se farão alguma
mandinga com o seu corpo preto (a galinha é preta). Joguei uns farelos de
bolacha e ela me olha desconfiada. Ainda estou com medo de acordar e não tê-la
mais na paisagem feia de minha janela: telhados velhos, caixas d’água e uma
galinha preta. Melhor eu parar de pensar sobre o futuro... se nem mesmo de
galinhas eu entendo!
sábado, 26 de março de 2016
![]() |
Foto retirada do site Globo.com |
Eu sempre notei as transformações que ocorrem noite adentro nos rostos maquiados das moças e nos perfumes requintados dos rapazes a procura de diversão, álcool, música e descontração. Era assim que eu também, participava eufórica e curiosa, em busca de sensações que somente a noite pode oferecer. Ontem, no entanto, talvez em virtude de meus trinta e tantos anos, eu percebi a outra face da noite: os locais antes preenchidos com pernas, transeuntes, cachorros, agora davam lugar a cobertores e corpos amontoados no canto, junto à parede, na tentativa de se esquivar dos ventos da noite. Uma moça bem vestida parou e ficou um tempo conversando com os que ali amontoados estavam, talvez oferecendo ajuda, seja lá qual for, e depois saiu, sem qualquer atitude suspeita. Não sei se voltou. Eu também não voltei. Hoje cedo, no ponto de ônibus, uma cama de papelão estava montada no cantinho, próximo a um bar, ainda com seu cobertor. Talvez alguém more ali, naquele pedacinho protegido da chuva e do vento, mas eu não sei, porque também não voltei.
Assinar:
Postagens (Atom)