Lamentável

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Menino de 9 anos enfrenta touros em touradas

"O menino ainda não é forte o suficiente para enfiar a lâmina diretamente no coração do touro. 'Ele poderia simplesmete ferir o animal, fazendo com que as pessoas repitam a história de que o esporte é um massacre', disse San Martin, fazendo referência aos protestos de ativistas dos direitos dos animais."

Não é lamentável que, em pleno século XXI, as pessoas insistam em defender crueldades e massacres, dizendo que é um esporte ou a representação de uma cultura???

Notícia completa aqui!

PS. PARA NILCÉIA:
Eu não me lembro onde achei a sua foto, mas ela é linda, linda...
Parabéns!
Para quem quiser ver: post Augusta, Angélica, Consolação

Mãos

sábado, 24 de janeiro de 2009


Eu gosto muito de mãos.
Por isso, admiro as mãos de meus amigos, amigas e estranhos que passam por mim. Lembro, com detalhes, das mãos de todos os meus amantes, e dos que pretendi amar algum dia nesta vida. Cada um em sua particularidade, uma pinta, uma cicatriz, rugas.
As mãos de minha amiga, sentada ao meu lado no ônibus, são grossas e sofridas, como a vida dela.

Os olhos cansados combinam com as mãos. Nos olhos, vê-se as feridas do coração, as cicatrizes acumuladas durante os anos. Nas mãos, os machucados causados pelo trabalho incessante, na tentativa de ocupar as horas e fazê-las correr mais rápido.

Ela não sabe que decoro os traços de suas mãos, mas ela também repara nas minhas, comparando-as. As minhas são pequenas, dedos magros e unhas grandes, pintadas com cores vibrantes (preto, vermelho, lilás). Minhas mãos não têm cicatrizes de sofrimento, apenas de molecagem...

Separamo-nos ao descer do ônibus. Minhas mãos movimentarão canetas, papel e teclas; as de minha amiga imergirão em produtos de limpeza. E, assim, nossas mãos continuarão a escrever nossas histórias, em rugas e cicatrizes.

Como incenso

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009


"Todas as pessoas são uma máscara e todas as máscaras escondem um só dançarino.
Assim me foi ensinado.
Tudo o que aqui for lido é tão real quanto tudo o que já experimentaste.
Aconteceu mesmo.
Tal como incenso ao vento."
(Miguel Gullander)



Dançando contigo, derrubei a minha máscara e,
nua, permaneci indefesa, como neste momento ainda estou.
É tudo verdade,
como o incenso ao vento,
mas o rastro permanece.


Eu vou!!!!!!!!!!!!!!

Cegueira branca

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Imagine acordar, num dia como outro qualquer, e ver em lugar das cores e formas inúmeras que vemos todos os dias, branco: e só!

Será que a humanidade dá o devido valor à paisagem que olha pela janela de manhã? Será que as pessoas vêem as outras quando se cruzam pelas ruas? Se não damos importância às cores do céu ao fim da tarde, ou esbarramos (atropelamos) pessoas na catraca do metrô na hora do rush, para que precisamos da visão?

Quem assistiu ao filme ou leu o livro "Ensaio sobre a cegueira", do escritor português José Saramago, talvez tenha se perguntado "por que a cegueira é branca?", "por que, como epidemia que é, não atingiu a todas as pessoas?"

O autor mostra, através da cegueira, o quanto o ser humano é egoísta e degradante; o quanto é ainda capaz de afundar quando já se encontra no fundo de uma vala fétida. Saramago mostra homens que querem dinheiro quando não há o que comprar; querem tomar o poder quando não há quem comandar; atiram no escuro; abusam uns dos outros quando não conseguem nem cuidar de si mesmos.

A cegueira não deveria ser negra?

Negra é a cegueira enfermidade (dos olhos). A cegueira da alma é branca.

A cegueira da alma não nos deixa ver o outro, e, talvez, a nós mesmos.

E se acordássemos, num dia como outro qualquer, e víssemos tudo branco: e só!

Talvez já estejamos assim...

Espera

terça-feira, 6 de janeiro de 2009


Uma vez li um texto da Clarice Lispector que dizia que "não estando distraído, o telefone não toca", então, esperei a sua distração e toquei o telefone...

E fiquei esperando, mas ao esperar, o telefone não toca...

Mas, e se eu esperar demais, e o "deserto da espera cortar os fios"?
Então, eu não espero?

Mas eu quero! Então, espero meu telefone tocar...


Imagem: Alphonse Mucha


Só mais uma cena

domingo, 4 de janeiro de 2009


O mendigo saboreia o café preto no copo plástico como se fosse um capuccino. Ao terminar, joga o copo no chão e acena para o vazio, talvez agradecendo ao dono do bar que lhe deu o café; mas o dono, absorto em seus afazeres, não o percebe mais.

Ano Novo!

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009


"O senhor... Mire veja: o mais importante e bonito, do mundo, é isto: que as pessoas não estão sempre iguais, ainda não foram terminadas - mas que elas vão sempre mudando. Afinam ou desafinam. Verdade maior."
Grande Sertão: veredas (Guimarães Rosa)
Estamos sempre mudando... Feliz Ano Novo... Feliz Mudança!
 
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