O que está por vir...

quarta-feira, 30 de dezembro de 2009


O que eu desejo para mim em 2010?

SABEDORIA PARA AS PRÓXIMAS ESCOLHAS!

O que eu desejo a vocês?

PAZ, SAÚDE, AMOR, SUCESSO...

FELIZ 2010!

Luzes

domingo, 27 de dezembro de 2009


As luzes coloridas iluminam a cidade. Envolvem árvores, casas, praças. Se fosse inverno, aqueceriam, com seu calor, todos os que adormecem pelos cantos escuros onde a luz não chega, são os que vivem na escuridão.

As luzes da cidade iluminam meus caminhos, embora ainda seja um dia claro de verão. Essas luzes são brancas, não mais coloridas.

As luzes brancas, processadas nas reações que constituem as queimas dentro do meu corpo, e as evoluções psíquicas em constante atividade, decompõem-se em arco-íris. Separo-as, uma a uma, e seguro nas mãos a cor do meu momento: liberdade.

A cor azul vai se tornando clara, clara, e se desfaz. Seguro o vermelho na outra mão, e absorvo: quero intensidade.
Tento adivinhar a sua cor.

Tenho um vermelho intenso em uma das mãos, e um azul que se esvai na outra. Junto as duas: harmonia. Mas as minhas reações não estão harmônicas e não consigo atingir o tom certo.
Tento encontrar a minha cor.

Abro a porta e saio novamente pelas ruas coloridas. Já não é mais dia, e caminho pelas ruas à procura do branco. Não há mais branco na noite escura. E ainda tento adivinhar qual é a sua cor, enquanto vasculho os restos de luzes das luminárias que piscam, esperando o dia amanhecer.

Para refletir

sexta-feira, 25 de dezembro de 2009


"Viver não é esperar a tempestade passar... é aprender como dançar na chuva."



Desconheço o autor, mas é uma linda frase!



Natal!

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009



FELIZ NATAL, queridos leitores e passantes por acaso!!!!!

Mas o Natal que eu desejo é o verdadeiro: o natal do espírito do renascimento, da renovação, da união familiar... bem ao contrário da tirinha ai em cima, que, infelizmente, não está muito diferente da realidade de nossos dias!



Conto de fadas mal humorado

sábado, 19 de dezembro de 2009

Era uma vez uma mocinha muito linda e delicada. Ela tinha um príncipe todinho dela, e lhe preparava, todas as manhãs, o mais doce café e as mais deliciosas guloseimas, com o único intuito de fazê-lo feliz.

A mocinha ornava a janela de sua casa com lindas begônias cor de laranja, e perfumava o ar com leves toques de alfazema, e o seu lar tornava-se, então, muito aconchegante.

O príncipe, bonito e vaidoso, não notava os pequenos mimos que a mocinha lhe fazia, e, não raras vezes, nem respondia aos seus telefonemas.

Num belo dia, a mocinha, em seus acessos de mau humor, pôs-se a meditar sobre o comportamento do lindo príncipe, e percebeu que certas coisas não aconteciam como deveriam acontecer.

Então, a doce mocinha, de voz suave e olhos brilhantes, não adoçou mais o café de seu lindo príncipe, nem perfumou mais a sua casa, e deixou que todas as flores morressem.

O príncipe, muito indignado, disse à mocinha que ela estava errada e que ele a trocaria pela princesa do bairro vizinho, que acabara de ficar viúva e estava "dando sopa" pela vizinhança. A vizinha era feia e vinha de um país feio, chamado Romênia.

A mocinha, que estava sentada em sua poltrona e pintava as unhas de um vermelho vibrante, levantou os olhos, arqueou as sobrancelhas e, sem que um tom desafinasse em sua linda voz suave, respondeu ao príncipe:

- Foda-se!!!!

Coisas que eu não consigo explicar!

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009


Porque eu tenho vontade de permanecer, mas, ao permanecer, me bate uma vontade de sair...

Porque a tv não me distrai mais, se os livros também não me trazem coisas novas...

Porque as pessoas empurram em lugares apertados e idosos se aventuram nas escadas da Barra Funda às 08:00 da manhã...

Porque eu fico triste quando não recebo notícias, e porque eu fico mais triste ainda quando as recebo...

Porque raios o Papai Noel usa aquela roupa calorenta no verão infernal do Brasil (quem inventou isso, quem?????)

Porque os traços desenhados não podem construir formas perfeitas, se eu risco, apago, e refaço tudo, m i n u c i o s a m e n t e. . .

"O delírio"

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009


"- Este é um momento? Perguntei em voz bem alta. Não, já não é mais. E este? Já agora também não. Só se tem o momento que vem. O presente já é passado. Estire os cadáveres dos momentos mortos em cima de uma cama. Cubra-os com um lençol alvo, ponha-os num caixão de menino. Eles morreram crianças ainda, sem pecado. Eu quero momentos adultos!... Moça, aproxime-se, eu quero lhe confiar um segredo: moça, que é que eu faço? Me ajude, que minha terra está murchando... Depois o que vai ser de minha luz?"

(A bela e a fera - Clarice Lispector).

Brave!

Páginas

terça-feira, 8 de dezembro de 2009


Hoje estive recordando pessoas que passaram. Algumas há anos, outras há um ano, outras ainda ontem.

Cheguei, então, à conclusão de que não passaram, mas estão. Estão guardadas no decorrer das folhas, e às vezes compõem capítulos inteiros. E aquelas páginas, que pareciam arrancadas, também permaneceram, suaves, inofencivas; porque no fundo, não queríamos perdê-las por completo, queríamos virá-las.

E no fim das contas, o que muda, não é o que se escreveu durante o tempo que passou, mas sim o modo como você lê as mesmas páginas, ao folheá-las neste grande romance que é escrito todos os dias.

Dias tristes!

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

"As únicas coisas eternas são as nuvens."
(Mário Quintana)

30/11/2009

Ainda sobre meninas...

domingo, 29 de novembro de 2009

A menina de 19 anos que casou com seu primeiro amor está sentada ao meu lado, no banco do ônibus. Minhas tatuagens lhe chamam a atenção, "quero desenhar o meu bebê", diz a moça. Mas a menina, com todos o seu amor, não pôde ter filhos, e transferiu todo o seu carinho para o filho de outrem.

Sua irmã já esteve presa, "agora aprendeu", e a realidade da menina fica exposta entre os passageiros em pé e entre mim, sentada ao seu lado.

Ela sorri, mesmo depois de mais um dia de luta, aquela luta diária, a luta pela sobrevivência.

A menina, então, se despede e salta do ônibus. E eu, metida nesse meu individualismo, às vezes mesquinha, às vezes indiferente, nem perguntei qual o seu nome.

Sobre contos

quarta-feira, 25 de novembro de 2009


Olho para os personagens do conto de Tchekhóv como se fôssemos nós: enredo envolvente, clímax extasiante, final incerto.

Se eu tivesse o direito de escrever, em tinta vermelha, o final do nosso conto se transformaria num recomeço repleto de planos e passeios por todas as ruas tranquilas que ainda não visitamos.

Enquanto isso, do lado de cá, fico a imaginar como escreverias, em teu caderno, o final para esta mesma história.

Sobre seres humanos

domingo, 22 de novembro de 2009

"(...) E mesmo assim - acredite! - em seus resquícios o ser humano era belo. Todos os membros retorcidos num gestual insano, fazendo caretas, mas belo. Sem o rubor dos lábios nem o brilho dos olhos, sem o tímido sorriso, sem sua voz doce ou perigosa, sem o hábil jogo de dedos e sem o andar ereto, mesmo assim o ser humano era belo."



Trecho de "A Ratazana", de Günter Grass. Esta é a fala da Ratazana apocalíptica que narra o extermínio da raça humana sobre a terra, por culpa, é claro, dos próprios humanos.

Eterno Retorno

domingo, 15 de novembro de 2009


"E se um dia ou uma noite um demônio se esgueirasse em tua mais solitária solidão e te dissesse: "Esta vida, assim como tu vives agora e como a viveste, terás de vivê-la ainda uma vez e ainda inúmeras vezes: e não haverá nela nada de novo, cada dor e cada prazer e cada pensamento e suspiro e tudo o que há de indivisivelmente pequeno e de grande em tua vida há de te retornar, e tudo na mesma ordem e sequência - e do mesmo modo esta aranha e este luar entre as árvores, e do mesmo modo este instante e eu próprio. A eterna ampulheta da existência será sempre virada outra vez - e tu com ela, poeirinha da poeira!". Não te lançarias ao chão e rangerias os dentes e amaldiçoarias o demônio que te falasses assim? Ou viveste alguma vez um instante descomunal, em que lhe responderías: "Tu és um deus e nunca ouvi nada mais divino!" Se esse pensamento adquirisse poder sobre ti, assim como tu és, ele te transformaria e talvez te triturasse: a pergunta diante de tudo e de cada coisa: "Quero isto ainda uma vez e inúmeras vezes?" pesaria como o mais pesado dos pesos sobre o teu agir! Ou, então, como terias de ficar de bem contigo e mesmo com a vida, para não desejar nada mais do que essa última, eterna confirmação e chancela?"

(Trecho de "A Gaia Ciência" - Friedrich Nietzsche)


Estaria o ser humano fadado ao eterno ciclo de repetições das ações diárias e suas conseqüências sobre o destino da humanidade? Todo sofrimento, toda alegria, toda dor que assolam a existência desde o princípio dos tempos até hoje, fariam parte do Eterno Retorno descrito por Nietzsche?


O filósofo alemão Friedrich Nietzsche, polêmico por suas obras de títulos fortes como “O Anticristo”, ou “Além do Bem e do Mal” e por afirmações como “Deus está morto”, não foi o primeiro a refletir sobre a possível circularidade na existência humana. Platão, expressão máxima da filosofia grega, também já havia teorizado sobre o eterno retorno do mesmo, como um tipo de trajeto que o mundo físico percorre, e que, chegando a um determinado fim, passa a repetir-se eternamente. Na religião, o ser humano está fadado ao sansara, conceito budista o qual diz que estamos presos na roda das encarnações, e, desta forma, nossas almas reencarnarão e passarão novamente por todas as fases da nova vida, sofrendo mais uma vez todas as ações e consequências já antes vividas por gerações anteriores.


Nietzsche, no trecho citado acima, faz-nos questionar sobre o nosso modo de agir: “Quero isto ainda uma vez e inúmeras vezes?”, e pensar sobre as consequências na futura repetição. Será que, se agirmos corretamente e escolhermos determinados caminhos ao invés de outros, conseguiremos alguma variação de ações dentro do ciclo de repetições?


Sem dúvida, estas reflexões não se enquadrariam no pensamento e filosofia nietzschianos, considerando-se que o filósofo alemão possui como grande característica de sua obra o ceticismo e a falta de crença religiosa, porém, expandindo-se um pouco os horizontes, passando pela religião e pelos grandes pensadores gregos, por que não pensar que todas estas teorias se completam e fazem parte da eterna tentativa de solucionar o maior mistério de todos os tempos: a vida?





Leia mais sobre Nietzsche no Campo de Orquídeas

Bilhetinho para uma menina especial

quinta-feira, 12 de novembro de 2009


Não voltei mais à escola da menina dos versos, e sinto como se a tivesse abandonado...

Mas, sabe o que acontece, menina? É essa minha inquietude, essa ânsia de não sei o quê, misturada com uma vontade de tudo, que me fez abandonar o tédio, a obrigação, e viver...

Desculpe, menina, mas as noites, de agora em diante, serão minhas, só minhas.

Vontade de cantar...

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Linda música que descobri há poucos dias, porque eu não gosto do cantor, e porque eu não gosto do estilo... mas a música é linda!!!!



Clique na imagem!


Sobre meninas

sábado, 7 de novembro de 2009


A menina sentada na última fileira, com ares de travessa, é poetisa, e ela não tem vergonha disto.

Eu ainda me lembro dos meus versos de 15 anos que mantive, por tantos anos, escondidos no caderno capa dura, entre dúzias de livros, com medo de que algum dia fossem descobertos.

A menina, que está sentada na última fileira, não tem medo de publicar seus sentimentos. Ela é linda, e tem leves traços infantis, marcas de mulher ainda em formação. Ela se aproxima de mim lentamente, um pouco tímida, "Eu escrevo poemas", sussura baixinho.

"Posso ler?", pergunto à menina, que me entrega o caderninho amarelo, composto por uma letra bonita e muito bem cuidado.

"São muito bons, você deve continuar, continue sempre...", confesso à menina.

"Eu quero ser escritora", diz a menina, voltando, satisfeita, para o seu lugar, no fim da sala repleta de sonhos inquietos.

"É só isso?"

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

FIM!

Assinei ontem a minha colação de grau, o que significa que sou, oficialmente, uma beletrista (Bacharel em Letras!).

"Leia esta folha e assine", diz a moça da secretaria.

"Pronto, é só isso?" - pergunto.

"Sim. Parabéns!" - responde a moça.

"É só isso?" - repito, saindo da fila e dando lugar ao próximo.

Tantos anos estudando e tudo o que eu mais esperava era esta "solenidade".

"É só isso?" - meu nome está no fim de uma lista de aproximadamente 50 pessoas, lá em cima, no topo da folha, o juramento.

"É só isso?"

"Sim. Parabéns!"

Então porque ficou essa sensação de vazio?????

Temperamentalismo!

sábado, 24 de outubro de 2009


Quero e não quero ao mesmo tempo.

Vou e não vou mais, numa fração de segundos.

E não importa se já estou no ônibus, não há problema, eu desço!

Hoje eu acho bonito, amanhã, quem sabe?

Hoje eu tenho tudo escrito, amanhã eu rasgo e reescrevo, depois eu rasgo e não escrevo.

Temperamentalismo, palavra bonita!

Vem de tempero... pimenta? cravo?

Gosto forte... sim, gosto forte, mas indefinido.

Hoje eu sei o gosto, amanhã já não sei mais...

Palavra bonita.

Augen!

segunda-feira, 19 de outubro de 2009


Eu queria dizer em todas as línguas o quanto são lindos os seus olhos, no entanto, não posso, e esse será o meu segredo guardado, o meu segredo furta-cor!

Sobre coisas que impressionam

domingo, 18 de outubro de 2009


A literatura, às vezes, pode ser muito chocante. Às vezes, ao terminarmos um livro, corremos o grande risco de nunca mais sermos os mesmos. Como lição de casa do professor de olhos azuis, estou procurando um trecho de algum livro que tenha me chocado. É uma viagem gostosa por histórias que eu já li e que me impressionaram de alguma forma. Compartilho aqui, com vocês, somente frases de alguns desses livros os quais, depois de terminada a leitura, dificilmente continuei a ser a mesma pessoa.


"Existir é tão completamente fora do comum que se a consciência de existir demorasse mais alguns segundos, nós enlouqueceríamos."
(Uma aprendizagem ou o livro dos prazeres - Clarice Lispector)


Claro que a Clarice não poderia faltar. Todos os livros dela me impressionam, pelo estilo, pelo pensamento, pelo enredo, ou seja, tudo! Ela me impressiona porque me incita a pensar!

"Ela, calmamente, brinca com uma cana-de-açúcar, seca, com uma rolha oposta ao nó da planta, e devagarinho vai-me explicando que cada relação atrai toda uma hoste de almas que quer entrar no mundo e que preside, sedenta, a todo o acto entre um homem e uma mulher."

"Cada relação incompleta, sem amor, deixa uma multidão de almas na mais profunda das desilusões."
(Perdido de Volta - Miguel Gullander)


Por que esses trechos? Porque eu acredito!
Por que este livro? Pela linguagem, pelo enredo, e por tudo o que está subentendido e escondido no grande redemoinho!
PS: Cadê o Holandês Voador???? Saudade...

"Se o diabo não existe e foi simplesmente criado pelo homem, este o fez à sua imagem e semelhança."
(Irmãos Karamazov - Dostoiévski)


Porque eu acredito!

"Acho que o universo é fruto de uma vontade. Um dia você verá que por detrás de todas essas miríades de estrelas e galáxias oculta-se uma intenção."
(O dia do Curinga - Jostein Gaarder)


Tenho certeza de que há uma intenção!

"Eu li na Wikipédia!"

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

O escritor Umberto Eco (autor de "O nome da Rosa" e "O Pêndulo de Foucault") possui uma coluna muito legal no site do jornal The New York Times, traduzido no Brasil e publicado no site da UOL. Num de seus textos, Umberto fala sobre a famosíssima Wikipédia, que já nos salvou a pele milhares de vezes em trabalhos escolares ou até mesmo em trabalhos profissionais.

Afinal, a Wikipédia é ou não confiável?

O escritor Umberto Eco, neste artigo, disse que já verificou os registros sobre sua biografia várias vezes, e que sempre havia erros. Tentou, até mesmo, modificar as informações erradas, mas quando fazia nova pesquisa, via que novas calúnias eram postadas.

A dica do escritor é verificarmos se as informações conferem com outras fontes, o que seria um trabalho real e confiável de pesquisa, para não cairmos nas graças de pessoas mau-intencionadas que querem apenas espalhar boatos "sem-noção"!

Leia o artigo completo AQUI!

segunda-feira, 12 de outubro de 2009



Os ventos passam,

os carros passam,

as pessoas passam,

as idéias passam,

permanece apenas o manuscrito guardado na primeira gaveta, ao lado da cabeceira, com muito cuidado, para o tempo não desgastar...

Sobre pequenas e grandes coisas

quarta-feira, 7 de outubro de 2009


Foto: José d' Almeida e Maria Flores

Qual é a tendência do pensamento humano na atualidade? "Pense grande, cresça, desenvolva-se, faça evoluia, etc", todos termos relacionados à grandeza, ao excesso como algo bom e como objetivo. E as pequenas coisas, onde ficam? Aquelas coisas simples que notamos no momento certo, aquilo que fisgou nossa atenção numa fração de segundo e se tornou inesquecível porque foi inusitado, pequeno e rápido? O momento em que você olhou para o céu e viu um pássaro pousado no ar, de asas abertas, sem batê-las; ou o momento exato em que a mosca cai na teia da aranha, inocente, desprevenida, tornando o momento aterrorizante.

Não é difícil encontrarmos olhares que imortalizam esses pequenos momentos, seja na literatura ou mesmo na fotografia, uma "estética" das pequenas coisas começa a surgir, aos poucos, valorizando o que há de mais sensível no dia-a-dia de nossas vidas.

É o caso, por exemplo, da poetisa Rita Apoena, cujo site Jornal das Pequenas Coisas é repleto destes pequenos momentos mágicos que simplesmente deixamos passar durante a correria do nosso cotidiano. Além de Rita, basta um breve passeio por blogs de poesia e se pode notar que há sim um interesse nas chamadas "pequenas coisas", como uma temática crescente na tentativa de sair desta imensidão de excessos e grandezas sem fim na qual fomos imersos e não conseguimos mais nos libertar.




Pequenas coisas

segunda-feira, 5 de outubro de 2009


Este post é breve e precioso, assim como as pequenas coisas...

"Não é que o mundo seja só ruim e triste. É que as pequenas notícias não saem nos grandes jornais. Quando uma pena flutua no ar por oito segundos ou a menina abraça o seu grande amigo, nenhum jornalista escreve a respeito. Só os poetas o fazem."
(Rita Apoena)

"O Rio de Janeiro continua sendo o Rio de Janeiro, fevereiro e março..."

sexta-feira, 2 de outubro de 2009



PARABÉNS, RIO DE JANEIRO!!!!

A paixão venceu a sofisticação, agora, tem que trabalhar para fazer bonito, e não vale esconder a sujeira embaixo do tapete!!!

Esperamos que os governantes tenham consciência disso...


Ainda escrevendo...

quinta-feira, 1 de outubro de 2009


Decidi (tardiamente, confesso), que não tentarei mais escrever capítulos dos outros. Que ingenuidade a minha achar que posso acrescentar ou retirar capítulos de histórias que não me pertencem, quando nem sobre a minha própria história possuo total domínio.

Não tente interferir nos capítulos: há contextos, rascunhos, pequenos esquemas, que não podem ser apagados... Há histórias que já estão em curso, e quando a gente chega, de repente, e tenta acrescentar um trecho, pequeno que seja, não consegue fazer a ligação, intercalar os trechos, é uma questão de coerência.



“Quando não estou escrevendo, eu simplesmente não sei como se escreve. "
(Clarice Lispector)
Sabe sim, Clarice!

E agora, Alice?

domingo, 27 de setembro de 2009

Três caminhos abriram-se frente à Alice.
Não escolher, como diz o filósofo, ainda é uma escolha.
Esta é a condição do livre arbítrio a qual todo o ser humano está fadado.

O primeiro caminho é familiar, tranquilo, monótono, e não oferece nada além do que já existe.

O segundo caminho é arriscado, uma aventura pelo desconhecido em busca de mudanças, mas mudanças não-radicais.

O terceiro caminho é bonito, iluminado, e oferece possibilidades além do que Alice imaginara, radicais, mas exige abandonos e renúncias.

Alice acha que o que ela conhece não é o suficiente. Mas Alice não sabe se aventurar pelo desconhecido e tem medo de mudanças radicais. Alice não consegue abandonar coisas, mas Alice não consegue viver na estaticidade.

Lá fora, ao longe, vem se aproximando o Coelho Branco; "e agora, Alice, diga-me: qual caminho seguirá?".

Primavera

sexta-feira, 25 de setembro de 2009



24 de setembro de 2009...

Mais uma primavera para a coleção! :)

Para as almas

domingo, 20 de setembro de 2009

Quero escrever um Ofício pelas almas modernas, mas um Ofício branco, sem rima, para ser cantado com a mesma tristeza e força. É um Ofício para ser sussurrado baixinho, para não acordar as almas que dormem o sono profundo em busca de paz.


Quero escrever um Ofício pelas almas que vagam pelas ruas de São Paulo, pelas almas sedentas do Nordeste e pelas afogadas do Sul; pelas almas escravas do Pelourinho e pelas que vagam num mundo de injustiças sem fim.


Quero escrever um Ofício das Almas Modernas.


"Ouvi meu bom Deus

O deprecatório

em favor das almas

lá no purgatório."

(trecho do Ofício das Almas)

Sobre dignidade

quinta-feira, 17 de setembro de 2009


O policial pede para que o motoboy encoste sua moto. A entrega vai atrasar, mas não importa. "Mãos na parede". Ele abaixa a cabeça e abre as pernas.
O policial revista o rapaz sem rosto, enquanto os outros dois vigiam a rua movimentada. O ônibus para cheio de olhos para o acontecimento da calçada.
O rapaz continua sem olhos e sem rosto.
Enquanto isso, o Palio vermelho, metálico, com teto solar, passa sorrindo pela avenida, desfilando delinquência impunemente.
"Pode ir, moço, tá limpo! Mas deixe aqui a sua dignidade, por favor..."
E o jovem sem rosto volta para o seu trabalho.

Questão de estilo!

quinta-feira, 10 de setembro de 2009



Ontem à noite, durante a aula, meu professor disse que nós, seres humanos, somos um texto sempre em construção.

Desculpe, professor, mas eu sou Poesia! :-)

Sobre ventos que passam

domingo, 6 de setembro de 2009

Há ventos que passam deixando o rastro de um forte perfume pelo ar, e o cheiro permanece por tempos e tempos, e com ele a lembrança...

Depois, uma leve brisa limpa o ar, e do rastro forte, sobra apenas uma fragância suave, quase imperceptível.

Daí surge uma ventania confusa, transtornada, provavelmente vinda do Atlântico Norte, quente como o verão, e o cheiro que fica no ar é o cheiro que você quer guardar na caixinha, juntamente com as outras coisas boas. Mas você se esquece de que não se pode guardar o vento, e ele se dissipa novamente.

A única saída, então, é olhar para o céu e esperar pela próxima corrente... que traga o cheiro de volta.

Considerações sobre o mundo, vasto mundo!

quinta-feira, 3 de setembro de 2009



1. Chegando na Alemanha:
"Os alemães são simpáticos, atenciosos, organizados, e sempre muito educados."
2. Após um esbarrão no meio de uma rua em Berlim:
"Os alemães são estúpidos e não têm educação!"
3. Sobre meu nível de alemão, logo ao chegar na Alemanha:
"Até que eu falo bem, todos me entendem e eu consigo entendê-los!"
4. Sobre o meu nível de alemão, chegando em Berlim:
"Eu não falo alemão! Eu não entendo alemão! Eu nunca conseguirei aprender alemão!"
5. Opinião de um garçom tunisiano sobre o meu alemão:
"Você fala alemão muito bem!"
6. Opinião da moça do hotel sobre o meu alemão:
"Se eu não fosse alemã nunca conseguiria aprender alemão!"
7. Minha opinião sobre o alemão de uma ucraniana que dividiu quarto comigo:
Ela tem sotaque russo, bem feito!
8. Opinião da minha professora durante o curso:
Ela não disse nada porque não entendeu nada do que eu falei!
9. Sobre universitários e mochileiros:
Os mochileiros são infinitamente mais legais que os universitários. Ponto!
10. Sobre felicidade:
Os mochileiros são infinitamente mais felizes que os universitários. Ponto! (quero ser mochileira!)
11. Sobre baladas:
As do Brasil são melhores!
12. Sobre gente esquisita:
Berlim ganha de São Paulo em quantidade de gente esquisita por metro quadrado e pessoas carentes por um sorriso "do nada" (adorei!!! rs).
13. Sobre berlinenses:
Existem berlinenses em Berlim??? Onde? Só vi turistas!
14. Sobre verão europeu:
37°, sensação térmica de 55°...
15. Sobre Döner Kebap (sanduíche típico turco):
A princípio fiquei com nojo, mas depois comi, nao tive muita escolha! rs
16. Balanco geral:
Quero tudo de novo!!! :) rsrs

...

segunda-feira, 31 de agosto de 2009


O céu sobre Berlim também é rosa...

(Der Himmel über Berlin ist rosa auch!)

Continua...

Sobre letras e melodias

domingo, 26 de julho de 2009


Foto: Nuno Milheiro

O que é mais importante para você: a letra da música ou sua melodia?

Estas são apenas algumas palavras sobre um trabalho que li na internet, de Karinna Alves, intitulado "Harmonia em O nascimento da tragédia, de Nietzsche".

Digo que são apenas algumas palavras porque ainda não li esta obra do filósofo, mas o trabalho da moça discute um assunto muito interessante, que é a relação entre a musicalidade e a poesia.

Por que alguns poemas fixam seus versos em nossa memória mais facilmente que outros? Por que algumas músicas possuem letras horríveis nos fazem cantarolar? Por que letras boas que recebem melodias estranhas não conseguem nos impressionar?

Segundo o trabalho de Karinna, em Nietzsche, a música antecede a palavra, e possui um grande poder de influência sobre esta.

O poeta, então, ao trabalhar com ritmo, rima, estrofes harmonicamente perfeitas, cativa o leitor através da sensibilidade da música, e os versos, quando apreendidos por este sentido do leitor, fixam-se na memória como nossas músicas preferidas.

Nunca estudei música, e acho que a palavra tem sua importância (fundamental, aliás) na mensagem que esta passa através de suas melodias harmoniosas, mas acredito, sim, que este "sentido musical" nato nos leitores de poesia ou apreciadores de literatura, seja essencial em nosso julgamento do que é bom ou ruim quando nos referimos a estas formas de arte.

Aqui está um trecho muito interessante do trabalho:

"(...) a melodia é primeira a qualquer coisa, universal, podendo suportar múltiplas objetivações. Com isso, assinalamos o fato da palavra ser subordinada à melodia e, desse modo, esta é a mais importante e necessária na apreciação ingênua do povo. É ela que esta intimamente conectada à memória, ou seja, pela melodia é que se torna uma poesia fácil de ser decorada, principalmente pela sua forma estrófica e por seus estribilhos. (...) Nietzsche fala desses flashes de imagens, gerados pela música, como um processo de 'descarga' da música, onde, na canção estrófica popular, a linguagem verbal é levada a um estado de exaltação a partir do movimento de mimetização da melodia. E, assim, o compositor é nomeado o poeta do som: criador de imagens ou representações similiformes a partir da melodia primogênia da música."


A partir de hoje, as Mil Almas estarão de férias.

Voltamos em setembro, espero que com mil novas e boas histórias!
Auf Wiedersehen!


"Cria a dor, cria e atura"

sexta-feira, 24 de julho de 2009


"O cara que catava papelão pediu
Um pingado quente, em maus lençóis, nem voz
Nem terno, nem tampouco ternura
À margem de toda rua, sem identificação, sei não

Um homem de pedra, de pó, de pé no chão

De pé na cova, sem vocação, sem convicção"

(Cidadão de Papelão - Teatro Mágico)


Ontem eu ouvi essa música pela primeira vez, num vídeo que participa do Anima Mundi.
Hoje um homem na rua me pediu um pingado, enquanto eu comia um lanche!
Triste coincidência...

O vídeo é muito bonito:
http://www.animamundi.com.br/web_galeria.asp?ano=2009&cod=704


Procura-se

domingo, 19 de julho de 2009


Procuro alguém que queira receber a minha Liberdade.

Em troca, peço a sua Liberdade, para que cuidemos um do outro, como jardineiros cuidam das mudas que hão de florir.

Será preciso regar cuidadosamente, para que as raízes não se soltem ao vento. Prometo moldá-la com as mais belas e livres formas, e você prometerá protegê-la do frio e calor intensos, em seu colo aconchegante.

E quando florirem, juntas, em fusão perfeita, formarão uma única Liberdade: infinita.

Aceita?

Como Alice

sexta-feira, 17 de julho de 2009



Às vezes eu me sinto como a pequena Alice, sempre correndo atrás do Coelho Branco.

Apressada como ele, vou deixando para trás coisas incompletas, ações não começadas, rastros meio apagados.

"Oh, puxa, oh puxa! Eu devo estar muito atrasado", diz o Coelho Branco.

"Atrasado para quê, Sr. Coelho?"

"Atrasado para a vida, pequena Alice, para a vida".

 
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