Pela noite adentro

sábado, 26 de março de 2016

Foto retirada do site Globo.com

Eu sempre notei as transformações que ocorrem noite adentro nos rostos maquiados das moças e nos perfumes requintados dos rapazes a procura de diversão, álcool, música e descontração. Era assim que eu também, participava eufórica e curiosa, em busca de sensações que somente a noite pode oferecer. Ontem, no entanto, talvez em virtude de meus trinta e tantos anos, eu percebi a outra face da noite: os locais antes preenchidos com pernas, transeuntes, cachorros, agora davam lugar a cobertores e corpos amontoados no canto, junto à parede, na tentativa de se esquivar dos ventos da noite. Uma moça bem vestida parou e ficou um tempo conversando com os que ali amontoados estavam, talvez oferecendo ajuda, seja lá qual for, e depois saiu, sem qualquer atitude suspeita. Não sei se voltou. Eu também não voltei. Hoje cedo, no ponto de ônibus, uma cama de papelão estava montada no cantinho, próximo a um bar, ainda com seu cobertor. Talvez alguém more ali, naquele pedacinho protegido da chuva e do vento, mas eu não sei, porque também não voltei.


Bem me quer II

terça-feira, 15 de março de 2016

Bem me quer
Dê-me suas mãos
Mal me quer
Não diga não
Bem me quer
com seu olhar
Mal me quer
não tem lugar!

(Priscila Silva)
 
Ano #2



 
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