
Se, algum dia, em meio às tormentas do Maelström, meu
barco for lançado às águas calmas da bela Amsterdam,
espero que tomemos um café juntos, caro Holandês!
Imagem: Amsterdam - André Viegas
Por que mil almas inquietas? Porque eu tenho mil almas que querem falar e ser ao mesmo tempo. Elas precisam se expressar de alguma forma, eis que surge este blog!



Todo mundo deveria ter direito a um recomeço, por mais indigna que a pessoa pareça. No recomeço, atentamos aos erros já cometidos para não repeti-los propositalmente.
"No tempo em que trabalhava na companhia de águas e esgotos ele pensou em abandonar tudo para viver de escrever. Mas João, um amigo que havia publicado um livro de poesia e outro de contos e estava escrevendo um romance de seiscentas páginas, lhe disse que o verdadeiro escritor não devia viver do que escrevia, era obsceno, não se podia servir à arte e a Mammon ao mesmo tempo, portanto era melhor que Epifânio ganhasse o pão de cada dia na companhia de águas e esgotos, e escrevesse à noite. (...) João dizia que havia um ônus a pagar pelo ideal artístico, pobreza, embriaguez, loucura, escárnio dos tolos, agressão dos invejosos, incompreensão dos amigos, solidão, fracasso. E provou que tinha razão morrendo de uma doença causada pelo cansaço e pela tristeza, antes de acabar seu romance de seiscentas páginas. Que a viúva jogou no lixo, junto com outros papéis velhos."