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Todo mundo deveria ter direito a um recomeço, por mais indigna que a pessoa pareça. No recomeço, atentamos aos erros já cometidos para não repeti-los propositalmente.
Às vezes, o destino obriga a repetição e o círculo da existência no qual estamos presos (a morte liberta???) cumpre sua função de manter a circularidade.
Sou redundante? Não, a repetição é parte integrante do círculo.
No recomeço, os criminosos deveriam viver honestamente; os que perderam grandes oportunidades na vida teriam uma segunda chance para dizer sim; os amantes teriam o tempo que faltou para dizerem o que não disseram.
Eu mereço um recomeço. Mas, presa que estou dentro da circularidade, conseguiria me libertar do que está fadado a acontecer? Talvez o recomeço não seja o caminho certo, e a caminhada, ao continuar, conduza ao verdadeiro sentido das coisas.
PS: A
Lorena me disse algo que gostei muito, e que, depois, descobri serem versos do Drummond:
"E as coisas findas, muito mais que lindas, essas ficarão."