Para as almas

domingo, 20 de setembro de 2009

Quero escrever um Ofício pelas almas modernas, mas um Ofício branco, sem rima, para ser cantado com a mesma tristeza e força. É um Ofício para ser sussurrado baixinho, para não acordar as almas que dormem o sono profundo em busca de paz.


Quero escrever um Ofício pelas almas que vagam pelas ruas de São Paulo, pelas almas sedentas do Nordeste e pelas afogadas do Sul; pelas almas escravas do Pelourinho e pelas que vagam num mundo de injustiças sem fim.


Quero escrever um Ofício das Almas Modernas.


"Ouvi meu bom Deus

O deprecatório

em favor das almas

lá no purgatório."

(trecho do Ofício das Almas)

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